segunda-feira, 26 de setembro de 2011

INTERTEXTUALIDADE



INTERTEXTUALIDADE



• A intertextualidade é uma espécie de conversa entre textos; esta interação pode aparecer explicitamente diante do leitor ou estar em uma camada subentendida, nos mais diferentes gêneros textuais. Para compreender a presença deste mecanismo em um texto, é necessário que a pessoa detenha uma experiência de mundo e um nível cultural significativos.

• O intertexto só funciona quando o leitor é capaz de perceber a referência do autor a outras obras ou a fragmentos identificáveis de variados textos. Este recurso assume papéis distintos conforme a contextura na qual é inserido. A pressuposta cultura geral relacionada ao uso deste mecanismo literário deve, portanto, ser dividida entre autores e leitores.


• E não há limite para as esferas do conhecimento que podem ser acessadas tanto pelo produtor do texto, quanto por seu receptor. Isto significa que o intertexto não está somente ligado ao contexto literário. Ele pode estar presente na pintura, a qual pode interagir com uma foto produzida séculos depois; na publicidade, quando, por exemplo, o ator que anuncia o Bom Bril está trajado como a Mona Lisa, criada por Leonardo da Vinci.

• No caso desta propaganda, o intérprete compara a forma como o ‘Mon Bijou” deixa a roupa bem limpa e perfumada, com a criação de uma obra-prima, alusão à criação de da Vinci. Seu idealizador, portanto, faz uma analogia entre o produto que deseja vender e a elaboração de uma imagem pictórica, levando ao consumidor a possibilidade de se atualizar culturalmente.


• Há pelo menos sete tipos de intertextualidade.

• A Epígrafe é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta.
O dia da criação - Vinicius de Moraes

“Macho e fêmea os criou.”
Gênese, 1, 27

I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
(...)



• A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas.

• Aprendendo a citar, aprendendo a dar valor
Assim como já diria Armando Nogueira: “Copiar o bom é melhor que inventar o ruim”, em todo o tipo de trabalho ou criação de projetos, acabamos copiando ou emprestando parte do conhecimento de outras pessoas. Entretanto, isso não ocorre porque não tivemos a capacidade de pensar em algo do gênero antes, mas sim porque existem fontes que realmente servem como base para desenvolver um trabalho, e, consequentemente, devem ser usadas e consultadas.
Copiar o bom não é feito, de maneira alguma! Feio é copiar e não citar a fonte... Fazendo isso, você acaba se apoderando e levando créditos com base no conhecimento de outra pessoa, sendo antiético e completamente deselegante. É a mesma coisa que ocorre quando você tem uma ideia mirabolante, seja no trabalho ou na escola, e alguém vai lá, copia o que você fez e ainda diz “Fui eu que fiz!”. Que tipo de sentimento você teria? Certamente, você não ficaria feliz.
Mas muita gente deve pensar: “Ah, ninguém nem vai descobrir”, mas pode ter certeza que alguém, um dia, descobrirá. Existem casos de alunos que foram expulsos de Universidades pelo fato de terem copiado na íntegra o trabalho de outras pessoas. Para evitar problemas, enaltecer o trabalho dos outros (que, afinal de contas, devem ter suado a camisa para desenvolvê-lo) e fazer com que os seus trabalhos tenham citações corretas, a NBR 10520 está disponível.”
• FONTE: http://www.tecmundo.com.br/tutorial/834-aprenda-a-usar-as-normas-da-abnt-citacao-2-de-4-.htm



• A Paráfrase é a réplica de um escrito alheio, posicionado em um uma obra com as palavras de seu autor. Este deve, portanto, esclarecer que o trecho reproduzido não é de sua autoria, citando a fonte bibliográfica pesquisada, a fim de não cometer plágio.
Paráfrase são frases parecidas. É a reescrita de um texto sem que haja perda de sentido. Para isso, vários recursos podem ser utilizados:

Emprego de sinônimos;
Emprego de antônimos apoiados em palavras negativas;
Mudança de ordem dos termos no período;
Omissão de termos facilmente subentendidos;
Mudança de voz verbal, entre outros.

O texto e suas possíveis paráfrases devem ser lidos com máxima atenção. Havendo mudança de sentido, a reescrita não pode ser considerada uma paráfrase. Observe:

TEXTO
“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)

Reescrevendo:

a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet. (PARÁFRASE)

b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE)

c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet. (PODE SER VERDADE, MAS NÃO É PARÁFRASE)

Observe que nas letras a e b houve conservação do sentido do texto, ou seja, sua semântica foi mantida. Agora, na letra c, NÃO É A MENTE DE DEUS QUE ACESSA ... O texto diz que ELA É ACESSADA POR QUALQUER UM.

ATENÇÃO!!
* Cuidado na mudança de posição dos termos da frase. Às vezes, estas mudanças causam alteração no sentido do texto.


• A Paródia é uma distorção intencional de outro texto, com objetivos críticos ou irônicos. EXEMPLO:
“Bem brasileiro


Chapeuzinho Vermelho recebe um e-mail de sua mãe dizendo que a avó tinha acabado de ser operada: acabara de fazer uma lipo, colocou botox. Portanto, chapeuzinho deveria visitá-la.
Chapeuzinho decide levar sorvete para sua avó, aliás, sorvete diet, pois ela já é uma pessoa de idade, apesar de não admitir. Chapeuzinho resolveu, então, pegar o coletivo para ir ao hospital.
O problema é que seu ex-namorado Lobo, um sujeito barra pesada, ficou sabendo da história e resolveu se antecipar, pegando um moto-táxi. Logicamente, ele chegou antes, pois Chapéu teve de enfrentar um ônibus lotado e um trânsito infernal.
Ao chegar no hospital e se deparar com a velha, o lobo sacou seu trêsoitão e mandou chumbo na velha. Chapeuzinho havia acabado de chegar e assistiu aquela cena digna do Linha Direta. Tentou chamar a rádio patrulha, porém, a polícia estava em greve.
Então, num acesso de fúria, inspirada pelos filmes do Van Damme e Schwarzenegger, ela ataca o Lobo e o desarma.
No entanto, na luta, eles acabam se beijando apaixonadamente, pois se lembraram dos momentos maravilhosos que passaram juntos.
Depois, Chapéu se lembrou da vovó agonizante, mas para surpresa de todos, a velha sobreviveu graças a prótese de silicone, que alojou a bala. E então, todos viveram felizes até a conta do hospital chegar, já que a vovó não tinha plano de saúde”. Luis Felipe Silva

• O Pastiche é a imitação rude de outros criadores – escritores, pintores, entre outros – com intenção pejorativa, ou uma modalidade de colagens e montagens de vários textos ou gêneros, compondo uma espécie de colcha de retalhos textual.

Oração do Bebum

Whisky e Vodka,
que estão no bar
Alcoolatrado seja o nosso fígado
. Venha a nós o copo cheio
nunca apenas pelo meio.
Seja feita a nossa cachaçada
Assim no buteco como na calçada
O mé nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas bebedeiras
Assim como nós perdoamos A quem não tenha bebido.
Não nos deixai cair na Coca Diet
E livrai-nos da água gasosa, Barmem

O pastiche, procedimento que mescla estilos, também foi cultuado por Manuel Bandeira, como neste "Hai-kai" tirado de uma falsa lira de Gonzaga, em que o poeta pernambucano recorre a uma forma lírica japonesa para imitar o lirismo da obra árcade Marília de Dirceu:

Quis gravar "amor"
No tronco de um velho freixo
"Marília", escrevi.

FONTE :http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastiche

• A tradução se insere na esfera da intertextualidade porque o tradutor recria o texto original.

The raven – O Corvo, Edgar Allan Poe

Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
" 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door -
Only this, and nothing more."

Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."

Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste,
quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia,
ouvi o que parecia
O som de alguém que batia
levemente a meus umbrais
«Uma visita», eu me disse,
«está batendo a meus umbrais.
É só isso e nada mais.»

FONTE: http://www.utp.br/eletras/ea/eletras20/textos/Primeiros_ensaios_20.4_Traducao_poetica_O_corvo_BONACIN_SCHAFFEL.pdf

Percebam que as traduções são diferentes e rimadas.

• A Referência é o ato de se mencionar determinadas obras, de forma direta ou indireta.

• Provérbios populares na Canção de Chico Buarque

“Uma boa noite de sono combate os males”
“Quem espera sempre alcança”
“Quem brinca com fogo acorda queimado”
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"
“Pense, antes de agir”
“Devagar se vai longe”
“Quem semeia vento, colhe tempestade”

Bom Conselho

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(Chico Buarque, 1972)

Chico Buarque inverte os provérbios, questionando-os e olhando-os sob outro ângulo, atribuindo-lhes novos sentidos.
FONTE: http://educacao.uol.com.br/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre-si.jhtm


• A Alusão é uma figura de linguagem que se vale da referência ou da citação de um evento ou de uma pessoa, concreta ou integrante do universo da ficção, denominada interlocutor. Ela é igualmente conhecida como ‘intertextualidade’ ou ‘polifonia’.( Outras vozes )
A ALUSÃO consiste na utilização de uma frase ou expressão em que o ouvinte terá que fazer uso dos seus conhecimentos para que o sentido se torne claramente perceptível.
• EXEMPLO: "Fugi das fontes: lembre-vos Narciso."

(Reenviando, claro, para a lenda de Narciso, vendo a sua imagem projetada na água).

• O intertexto, portanto, não se refere apenas a textos literários, mas também a músicas, imagens – vídeos, filmes, todos os recursos visuais. Assim, em uma composição musical, no lançamento cinematográfico, na animação que se assiste em casa, na publicidade, nas pinturas e outras artes plásticas, enfim, em todas as linguagens artísticas, está presente a intertextualidade.


• Fontes:
http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastiche
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alusão

DEPOIS ENVIAREI AS ATIVIDADES

domingo, 25 de setembro de 2011

INTERTEXTUALIDADE

http://www.clickideia.com.br/cgi-local/lib-site/galeriaExercicios/lista_exc.pl?disc=por&codpag=POR05010001&nivel=m

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PROJETO "LIVRO DA TURMA"-ATIVIDADE PARA PRIMEIROS A e C DIA 22/09/11




ATIVIDADE PARA PRIMEIROS A e C DIA 22/09/11

( AS DEMAIS TURMAS FARÃO A ATIVIDADE EM DATA A SER DETERMINADA)


ETEC “MARTIN LUTHER KING”
Código: 85 Município: SÃO PAULO
Área de Conhecimentos: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Componente Curricular: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA Série: 1ºs. A,B , C e D
C.H. Semanal: 16 Professor: ESCHIVANE MANZO

Motivo da ausência do professor:

Encontro - Açúcar: cultura, memória e saberes sociais
Data da ausência:
22/09/2011

Turma(s):
PRIMEIRA SÉRIE A ( DUAS AULAS) E PRIMEIRA SÉRIE C ( UMA AULA)
Atividade:

PROJETO PARA PRODUÇÃO DO LIVRO DE REDAÇÕES DA TURMA

Competência(s) / habilidade(s) / valores:

1. Competência:
Compreender e usar a língua portuguesa como geradora de significação e integradora da percepção, organização e representação do mundo e da própria identidade.


1.1.1 HABILIDADE :Elaborar e/ou fazer uso de textos (escritos, orais, iconográficos) pertinentes a diferentes instrumentos e meios de informação e formas de expressão, tais como jornais, quadrinhos, charges, murais, cartazes, dramatizações, home page, poemas, monografias, cartas, ofícios, abaixo-assinados, propaganda, expressão corporal, jogos, música etc.


1.2.Valores e Atitudes

a) Reconhecimento da importância da comunicação nas relações interpessoais.
b) Valorização das possibilidades de descobrir-se a si mesmo a ao mundo através das manifestações da língua pátria.
c) Interesse e responsabilidade em informar e em se comunicar de forma clara e íntegra.

Descrição: ELABORAÇÃO DE LIVRO DAS PRODUÇÕES DE TEXTOS DO ANO .

1. ESTABELECER COORDENADORES PARA A ATIVIDADE ( TRÊS ALUNOS RESPONSÁVEIS);
2. RELACIONAR TODAS AS ATIVIDADES NECESSÁRIAS PARA A PRODUÇÃO DO LIVRO;
3. DISTRIBUIR, DE FORMA EQUILIBRADA, AS TAREFAS ENTRE TODOS OS ALUNOS DA TURMA (INCLUSIVE OS AUSENTES NA AULA)
4. ENTREGAR LISTA COMPLETA ( NOMES E NÚMEROS DOS RESPONSÁVEIS POR CADA ATIVIDADE PROPOSTA) À COORDENADORA ( PROFª. CÁTIA OU PESSOA INDICADA POR ELA)
5. SERÃO ATRIBUIDOS PONTOS DE PARTICIPAÇÃO.

Recursos Necessários:

• ORGANIZAÇÃO
• COOPERAÇÃO
• PAPEL
• CANETA







quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A ARTE DE LER O QUE NÃO FOI DITO

A ARTE DE LER O QUE NÃO FOI DITO
( Pressuposto e subentendido)


VOCÊ SABE LER?

Se você chegou até aqui, eu espero sinceramente que a resposta seja "Sim".
É até provável que você não só tenha dado essa resposta mentalmente, como a tenha feito acompanhar de um sorriso desdenhoso e uma exclamação como "É claro!".
No entanto, saiba que boa parte das pessoas que responde a tal pergunta com um sonoro "Sim", na verdade deveriam simplesmente dizer, "Não como gostaria".
E isso não tem nada a ver com o alfabeto.

Agora atenção, você:

>Chega ao fim de um livro sem conseguir lembrar do início?

>Frequentemente cochila durante uma leitura mais longa, mesmo quando o assunto interessa?

>Várias vezes compra um livro aparentemente bom para descobrir, depois de quinze páginas, que ele não é nada do que imaginava?

>Tem dificuldade para resumir as ideias principais do autor, e quando tenta acaba sempre produzindo resumos muito maiores que o desejável?

>Está sempre tendo de queimar os neurônios com livros difíceis de entender, mas obrigatórios para um curso, trabalho ou aula?

>Toda vez que vê um colega falar sobre uma leitura que você também fez, acaba se perguntando, "como é que eu não vi isso?"...

SIM?!

Se as respostas forem sim, cuidado, pois praticamente todos os que buscam a leitura são alfabetizados, porém isto não significa que sejam bons leitores.

Estes são capazes de reconhecer palavras e frases, apreender-lhes o significado e pronunciá-las em voz alta.

Uma parte expressiva deles pode até se dar ao luxo de identificar e corrigir erros gramaticais ou ortográficos daquilo que leem.

Uma parte menor ainda é habilitada para sintetizar o conteúdo do que lê, mesmo quando se trata de assuntos fora de alguma especialização que por acaso possuam.

Finalmente, uma pequena minoria não só é capaz de discutir, mas também de fazê-lo com competência, identificando ideias principais e secundárias, a linha de argumentação usada para expô-las, os pontos fracos e fortes de cada argumento, e, se for o caso, compará-los com os de outras fontes e assim chegar a uma conclusão.

Este último grupo não apenas assimila informação, mas a processa, avalia e a transforma em conhecimento.

A que grupo você pertence?

Observe a seguinte frase:

Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

“MAS”...

Ao ligar essas duas informações com um “mas”, o falante comunica também, de modo implícito, sua crítica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.

Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas.

Para realizar uma leitura eficazmente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.

Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas.

Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou o que é pior pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse.

Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.

PRESSUPOSTOS

São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode percebera partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.

Assim, quando se diz: O tempo continua chuvoso, comunica-se de maneira explícita que, no momento da fala, o tempo é de chuva; mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso

Pedro deixou de fumar

Na frase, diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma.

O verbo deixar, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar com ela.

Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as informações explícitas.

Se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento

No exemplo, se Pedro não fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.

Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois o seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comunicado.

Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cúmplice, uma vez que essa ideia não é posta em discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confirmá-la.

Exemplo de pressuposto falso:

“Os E.E.U.U. vão invadir o Iraque para apreender as armas nucleares lá existentes”.

O pressuposto é de que existem armas nucleares;
O mundo é convencido de que é necessário apreendê-las
Os Estados Unidos aparecem como “bonzinhos”, “salvadores do mundo”
A invasão foi feita
As armas não foram encontradas.

Os pressupostos são identificados quando o emissor veicula uma mensagem adicional a partir de alguma palavra ou expressão. Há vários tipos de palavras com esse tipo de "poder"

Eis alguns tipos:

- verbos que indiquem: mudança, continuidade, término...

Exemplos:

O aluno deixou de sair aos sábados para estudar mais.

(pressuposto: o aluno saía todos os sábados.)

O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos.

(pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.)

A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou.

(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)

O caso do contrabando tornou-se público.

(Pressuposto - O caso não era público.)

advérbios com sentido próprio:

Felizmente, não preciso mais estudar.

(pressuposto: o emissor considera a informação boa)

Após uma hora de prova, metade das pessoas havia saído.

(pressuposto: algo aconteceu antes do tempo

Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.

(Pressuposto - Os resultados já deviam ter chegado ou Os resultados vão chegar mais tarde.)



“que” em orações subordinadas adjetivas:

Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido. (adjetiva restritiva)

(pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho)

Os nerds, que ficam em casa o tempo todo, conseguem melhores notas. (adjetiva explicativa)

(pressuposto: todos os nerds ficam em casa o tempo todo)

Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo.

(Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)

adjetivos :
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

(Pressuposto - Existem partidos radicais no Brasil.)


SUBENTENDIDOS

Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação.
Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta:


Você tem fogo?


acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro.

Na verdade, por trás da pergunta subentende-se:

Acenda-me o cigarro, por favor.

O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante:

o pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, não é para ser contestado;

o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu.

O subentendido, muitas vezes serve para o falante proteger-se diante de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela.

Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação:

Um funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, além de ser sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solicitado muito antes que o referido colega. Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com os seus adeptos, funcionário reclamante defende-se prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu discurso.

Na verdade, ele não falou em favoritismo, mas deu a entender, deixou subentendido para não se comprometer com o que disse.
Fez a denúncia sem denunciar explicitamente.
A frase sugere, mas não diz.

A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é bastante sutil.

Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais eficiente do texto.


Enquanto os pressupostos seriam as mensagens adicionais, os subentendidos seriam os escondidos.Os subentendidos devem ser deduzidos pelo receptor, e justamente por essa ideia de dedução, podem não ser verdadeiros.

Percebe-se aqui outra diferença entre eles, já que os pressupostos são sempre verdadeiros, inclusive quando negamos a frase original.

Para o Brasil seria ótimo que a atual onda de crescimento pudesse se generalizar por toda a américa latina”

Temos dois pressupostos:

o de que antes não tínhamos crescimento e
que, na américa latina, só o Brasil cresce.

O subentendido é, por exemplo,
que o Brasil pode se tornar uma potência mundial.

QUESTÕES:

01. Identifique os pressupostos nos excertos abaixo:

- (...) não podemos aceitar que continue em vigor uma política fiscal ultrapassada e iníqua
(Veja, 10/7/1985).
Continue- pressuposto : a política fiscal já estava em vigor .-

O brasileiro, de índole individualista, é bastante avesso à participação em associações que exerçam alguma pressão em seu benefício (Veja, 11/9/1985).

De índole individualista – pressuposto :todos os brasileiros são individualistas
que - pressuposto: há associações agindo assim

- (...) O PMDB será a poderosa força de centro no contexto do Brasil (Veja, 31/7/1985).

Será- pressuposto: o PMDB AINDA NÃO É A PODEROSA FORÇA DE CENTRO-

O acordo da Argentina com o FMI é acontecimento importante também para o Brasil (George W. Bush, Época 9/9/2003).

Também – pressuposto: o acordo é importante para a Argentina

- Quando soube que estava com o vírus da Aids, tive vergonha de contar. Escondi até de meu marido (Wilma Moreira, Época 29/9/2003).

Soube – pressuposto: antes não sabia
Até- pressuposto: escondeu de outras pessoas


- O corpo feminino é mais sexy que o masculino e eu sou uma profunda apreciadora dele.
(Christina Aguilera, Época 12/7/2004).

mais – pressuposto: o corpo masculino é sexy
Profunda-pressuposto : conhece bem – tem “autoridade” para afirmar.
-

Marcos Palmeira foi meu primeiro homem. (Preta Gil, Época, 12/7/2004).

Foi – pressuposto : tiveram um relacionamento que não acontece mais
Primeiro- pressuposto : não houve outro antes e que houve outro(s) depois


- Com um modelito escandaloso, [Mary Carey] causou furor entre os fãs que se espremiam em torno do tapete vermelho (Isto É, 01/10/2003

Espremiam – pressuposto: muitas pessoas para pouco espaço


2. Identifique os pressupostos e/ou implícitos contidos nos ditados populares abaixo. Justifique suas respostasa)

Deus ajuda quem cedo madruga.

Na frase, há o implícito de que apenas aqueles que levantam cedo recebem o auxílio divino. Se houvesse um pressuposto, haveria uma marca para reforçar essa exclusividade ("Deus ajuda apenas/ unicamente/ só quem cedo madruga").

b) Casa de ferreiro, espeto de pau.

"Implícito, se a casa é de ferreiro o espeto deveria ser de ferro, pois se ele tem essa habilidade, poderia usá-la a seu favor." (Bruna S. RochaSÓ CON


c) Quem vê cara não vê coração.

O implícito presente na frase é que as pessoas que se preocupam unicamente com a beleza física (exterior) não veem o verdadeiro caráter de uma pessoa (interior). Trata-se de um implícito porque esta relação não está especificada literalmente e, portanto, pode ser negada.

d) Quem semeia vento colhe tempestade.

O implícito presente na frase é que quem aprecia causar confusões terá muitos problemas como consequências de seus atos. Apesar de se tratar de uma interpretação consagrada do ditado, nada está especificado nesta frase metafórica: estamos lidando, portanto, com implícitos.


e) Filho de peixe, peixinho é.

É possível analisar que está pressuposto a este enunciado o fato de todo peixe ser filho de peixe. Contudo, o ditado vai muito além de sua interpretação literal: o que está em jogo (e fica implícito na frase) são as características passadas irremediavelmente de pai para filho.

f) Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

O que fica implícito na frase é que a paciência e a persistência podem levar ao alcance de objetivos. Considerado literalmente, o ditado perde seu sentido original - ou seja, o que ficou consagrado nesta frase foram seus implícitos.


3) Em “Infelizmente, meu pai ainda não parou de fumar.”:

a) há 2 informações pressupostas e 1 subentendida.
b) há 2 informações subentendidas e 1 pressuposta.
c) há 3 informações pressupostas.
d) há 3 informações subentendidas.
e) não há informação implícita.


Resposta c
percebe-se a existência de 3 pressupostos em virtude das palavras "infelizmente", "ainda" e "parou".


4)Ao se preparar para sair de casa, a fim de encontrar sua(seu) namorada(o) na praia, ela(e) liga e o(a) alerta de que o tempo está nublado, não é possível subentender a seguinte informação:

a) é indicado levar um guarda-chuva.
b) ela(e) está preocupada(o) com você.
c) choveu há algumas horas.
d) o passeio devia ser cancelado.
e) ela(e) quer ir a outro lugar.


Resposta c
não se pode subentender que choveu anteriormente por conta do tempo estar nublado.



http://www.julianoribeiro.com.br/troca/nivel_portugues/apostila_ptg.pdf
http://portugauss.blogspot.com/2010/04/aula-3-exercicios-de-interpretacao.html
http://diegobgarcia.blogspot.com/2009_06_01_archive.html

PROCEDIMENTOS DE LEITURA

PROCEDIMENTOS DE LEITURA

LER: DIRETRIZES GERAIS


1. Será importante você se preocupar com seus hábitos de leitura?

Em muitas situações de estudo, o estudante fracassa porque sua leitura não é eficiente.
A leitura é um dos principais canais de aquisição de informação, especificamente na Universidade.

2. Antes de iniciar uma leitura, você sabe situá-la dentro de um contexto ?

Antes de iniciar o estudo de um texto, esteja certo de que compreendeu qual é sua incumbência.
Pergunte-se que informação terá que encontrar e por que encontrá-la, ou que uso fará dela.
Em alguns casos, a colocação dos problemas pode ser difícil; mas você pode sempre se perguntar pelo menos: qual a relação deste tópico com a unidade que eu estou estudando?
Qual a relação deste tópico com outras unidades que eu já estudei?

3. Você lê em termos de ideias?

O bom leitor não lê palavra por palavra: ele lê conjunto de palavras que constituem unidades de pensamento. Essas unidades de pensamento são naturais para a compreensão de significados.
Uma unidade de pensamento pode ser constituída de uma ou mais frases.
Você percebe um conjunto de palavras ou de frases como uma unidade de pensamento em função desse conjunto formar um todo significativo, isto é, uma ideia .

4. Você tem certeza de que o material que você leu está bem compreendido?

Muitos estudantes desperdiçam grande parte do tempo lendo materiais cujo significado não está bastante claro para eles.
As pesquisas provam que há diferença no nível de aprendizagem de material significativo e pouco significativo.
Por exemplo: um indivíduo foi capaz de aprender 200 sílabas sem sentido em 95 minutos e 200 palavras em poesia em 10 minutos. Esses resultados mostram os extremos onde poesia (material bem significativo) pode ser aprendido na décima parte do tempo que é requerido para aprender o mesmo número de sílabas sem sentido.
Esteja certo de que você compreende o material de leitura. Para isso, tente descobrir as relações entre o que você está tentando aprender e o que você já sabe.
Traduza as passagens difíceis para sua própria linguagem (se preciso, use o dicionário, a enciclopédia. Veja LER: GLOSSÁRIO, mais adiante).
Tente explicar o texto para você mesmo e para as outras pessoas: ao tentar explicar algo para outra pessoa, você descobrirá em que pontos sua compreensão está falha e poderá se concentrar mais nos pontos fracos.

LER: GRIFAR E ANOTAR NAS MARGENS

1. Para que adianta grifar um texto lido?

Quando observamos os livros de texto e as notas de aula dos alunos, verificamos que poucos deles descobriram a força e a riqueza do grifo.
Alguns grifam demais, outros praticamente nada, e outros ainda de modo impróprio. Frequentemente encontramos capítulos inteiros onde a maior parte do material está grifada; o grifo feito com exagero perde muito do seu valor potencial.
O processo mecânico de grifar pode ajudar na concentração; mas, na realidade, isso é apenas um pouco mais útil do que seguir a linha com o dedo. Grifar deve ser um processo seletivo e de resumo.

2. Como você pode grifar de maneira seletiva e não mecanicamente ?

O grifo deve ser feito com dois objetivos em mente: primeiro, deve ser uma ajuda para você entender e organizar a matéria; segundo, um auxílio para revisão.
Para que o material grifado possa ser útil para a revisão, é preciso que seja por si mesmo significativo.
Os detalhes precisam estar relacionados uns com os outros e se enquadrar bem ao tópico principal em que estão incluídos.
O material grifado de modo apropriado, resume para a revisão posterior (ou mesmo para fazer um resumo escrito daquele texto) as principais ideias, os detalhes importantes, os termos técnicos e as definições.

3. Há um plano que possa ser seguido para que você possa grifar eficientemente?


Se você quer que o grifo seja eficiente, então é necessário que seja feito de acordo com um plano. Tente, por exemplo, o plano seguinte, que tem sido empregado com êxito por muitos:
a) Faça uma leitura do material sem grifar nada (só ler): você terá uma visão global dele;
b) Na segunda leitura, é que você deverá começar a grifar o texto, usando a seguinte técnica: identifique, em cada parágrafo, quais as questões que seguem as sequências dos tópicos e tente respondê-las enquanto lê ( em outras palavras: faça um levantamento das possíveis perguntas em que o trecho lido serve como respostas. Quando se estuda, durante uma leitura deve-se prever as questões que aquele trecho pode resultar). Quando encontrar ideias ou detalhes importantes que ou respondem as questões, ou estejam relacionadas com ela, coloque um sinal claro na margem. Quando terminar o parágrafo, volte a olhar os itens que marcou. Se ainda achar que as ideias ou os detalhes são importantes, então grife-os.

4. Você usa as margens do texto para fazer apontamentos ?

A combinação do grifo com as anotações nas margens é mais eficiente do que os simples grifo; isso obriga-o a reformular o material do texto com as suas próprias palavras, a resumi-lo e a dispô-lo sob uma forma mais conveniente para posterior estudo, revisão, resumo escrito, resenha ou fichamento.

5. O que você deve anotar nas margens?

Antes de grifar o texto, você identificou as perguntas que se podem extrair dele.
Seria útil que você as escrevesse nas margens ; para mais tarde fazer uma revisão rápida , ou um resumo escrito, ou uma resenha, ou um fichamento do que leu, você terá as principais perguntas do texto escrita nas margens e suas respectivas respostas grifadas nele.
Outra possibilidade é você redigir nas margens também as respostas; assim, você terá a oportunidade de traduzir para suas próprias palavras as ideias centrais do texto, garantindo que elas estão realmente bem compreendidas.
Algumas pessoas também encontram utilidade em resumir em uma ou duas palavras o assunto central em cada parágrafo.

LER : FAZER RESUMO


1. Será necessário que você treine também a habilidade de resumir os textos que você lê ?


Fazer resumos é uma técnica de estudo de grande utilidade para você :
a) compreender um texto lido;
b) memorizá-lo;
c) posteriormente, revê-lo.

2. Você conhece algumas indicações a respeito de como fazer um resumo ?

As indicações dadas até aqui:
você começou situando a leitura dentro de um contexto (o que o texto que leio tem a ver com o que estou estudando?);
depois, leu, não mecanicamente, mas procurando ideias e a compreensão do seu sentido; você extraiu conceitos para organizar um glossário (veja mais adiante);
você grifou e fez anotações nas margens.
Esses passos são necessários para se fazer um resumo, uma resenha, ou um fichamento.
Na verdade, eles já estarão praticamente prontos se esses passos forem seguidos: basta, em seguida, num papel à parte, usando tudo isso que você já fez, elabore para cada parágrafo uma única frase (tópico frasal) que contenha a ideia central nele desenvolvida, escrita com suas palavras. Além disso, essas ideias principais devem ser inter-relacionadas, de maneira a sugerir a sequência que o texto original oferecia.
O resumo do texto é uma síntese das ideias e não das palavras do texto. Não se trata de uma “miniaturização” do texto, mas uma síntese fiel das ideias do autor.

Na verdade, eles já estarão praticamente prontos se esses passos forem seguidos: basta, em seguida, num papel à parte, usando tudo isso que você já fez, elabore para cada parágrafo uma única frase (tópico frasal) que contenha a ideia central nele desenvolvida, escrita com suas palavras.
Além disso, essas ideias principais devem ser inter-relacionadas, de maneira a sugerir a sequência que o texto original oferecia.
O resumo do texto é uma síntese das ideias e não das palavras do texto.
Não se trata de uma “miniaturização” do texto, mas uma síntese fiel das ideias do autor.

LER: FAZER GLOSSÁRIO


1. Será importante preparar um glossário a partir de suas leituras ?

Um dos sinais indicadores de que você domina um determinado assunto é a extensão do seu vocabulário.
Um vocabulário de trabalho pode ser um ótimo instrumento que o ajuda a ler mais depressa e a compreender as ideias do texto. Veja que há termos com significados diferentes para a linguagem científica, a popular, a literária, etc.; você precisa identificar o sentido preciso dos termos dentro do contexto linguístico de sua leitura.

2. Como um glossário se compõe ?

O glossário referente a um texto compõe-se dos conceitos mais importantes desse texto.
Constitui-se numa lista de palavras-chaves, acompanhadas pelas suas respectivas definições; a organização é semelhante à de um dicionário e essas definições devem ser claras, concisas, precisas e objetivas.


3. Como você extrai conceitos de um text
o ?

Como já visto, um texto é formado por um encadeamento de ideias, expressas por frases ou parágrafos que representam unidades de pensamento; cada uma dessas ideias é representada por uma palavra : um CONCEITO.
Ao elaborar um glossário, você poder começar fazendo um levantamento dessas palavras-chaves que expressam as principais ideias do texto; a seguir, procure escrever como cada uma delas pode ser conceituada segundo o contexto da leitura; pode ser que você não possa conceituá-la com base no texto, devendo recorrer a um dicionário especializado ou a uma enciclopédia.
Obs.: É muito comum, antes de um resumo ou de uma resenha, colocar quais são as palavras chaves do texto que compõe uma obra: só as palavras, sem colocar ao seu lado seus significados. Quando se coloca a lista das palavras-chaves acompanhadas de seus respectivos significados (conceito), tem-se um glossário.

RESENHA:

Resenha é a descrição minuciosa de uma obra.
Por isso, além do resumo dessa obra, a resenha sempre vem acompanhada de uma posição crítica por parte de leitor.
Antes de mais nada, coloca-se o nome da obra na forma de referência bibliográfica de acordo com as normas da ABNT, em seguida, a exposição objetiva do seu conteúdo (=resumo) e, por fim, tece-se comentários críticos e interpretativos, discutindo, comparando, avaliando a obra resenhada.
A resenha exige capacidade de síntese, objetividade, relativa maturidade intelectual , domínio do assunto abordado na obra, sobriedade e, como em todo texto dissertativo, argumentação eficiente, que é resultado dos requisitos anteriores.

-FICHAMENTO:

É o registro catalogado, em fichas ou em folhas, de uma obra.
No fichamento, a obra é resumida ao essencial: cada capítulo corresponde a uma ficha e, cada parágrafo, a uma frase.
As informações aqui contidas são padronizadas. Qualquer exigência que façam a você que não foi citada aqui, será decorrente de estilos pessoais as atividades de leitura e de elaboração de resumos, de resenhas e de fichamentos.

Bibliografia:

ANDRADE, Maria Margarida & HENRIQUES, Antônio . Redação Prática: Planejamento, estruturação e produção de textos . São Paulo : Editora Atlas, 1999.
2. GRANATIC, Branca . Técnicas Básicas de Redação . São Paulo : Scipione, 1995.
3. MEDEIROS, João Bosco . Técnicas de Redação . 4ª edição . São Paulo : Atlas, 1997.
4. ___________ Redação Científica . 3ª ed. . São Paulo : Atlas, 1997.
5. SEVERINO, Joaquim Antônio . Metodologia do Trabalho Científico . São Paulo : Cortez Editora, 2001.
6. Apostila sobre técnicas de leitura - PUC/SP - s/ data.
FONTE:http://rosabe.sites.uol.com.br/tecnicasleitura.htm






quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SERMÃO DA SEXAGÉSIMA- ROTEIRO DE ESTUDO

SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
Padre Antônio Vieira
ROTEIRO DE ESTUDO
1. O que é um sermão? A que gênero literário pertence? Quais as características do gênero?
2.Quem foi o Padre Vieira?
3. Qual era o contexto histórico de Portugal na época em que a obra foi escrita?
4. O que quer dizer “Sexagésima” e por que o sermão tem esse nome?
5.Quando, onde e para quem o sermão foi pregado?
6.Pesquise e traduza: “Semen est verbum Dei” – S.Lucas, VIII, 11
7. “E se quisesse Deus que este tão ilustre e tão numeroso auditório saísse hoje tão desenganado da pregação, como vem enganado com o pregador!
Explique o motivo de Padre Vieira ter iniciado o sermão dessa forma.
8.Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que ‘saiu o pregador evangélico a semear’. (...) “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair”. Qual a diferença?
9. “Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare.”
Explique a paranomásia paço e passos . Comente a colocação de Vieira.
10. “Mas daqui mesmo vejo que notais (e me notais) que diz Cristo que o semeador do Evangelho saiu, porém não diz que tornou porque os pregadores evangélicos, os homens que professam pregar e: propagar a Fé, é bem que saiam, mas não é bem que tornem.” Por que os pregadores do Evangelho deveriam sair e não voltar?
11. “Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos,
espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo?” Explique a analogia proposta pelo Padre Vieira.
12. “A natureza insensível o perseguiu nas pedras, a vegetativa nos espinhos, a sensitiva nas aves, a racional nos homens. E notai a desgraça do trigo, que onde só podia esperar razão, ali achou maior agravo. As pedras secaram-no, os espinhos afogaram-no, as aves comeram-no; e os homens? Pisaram-no”. Comente e explique a “desgraça do trigo”
13.Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae: "Ide, e pregai a toda a criatura". O que quis dizer com isso?
14. “Tudo isto padeceram os semeadores evangélicos da missão do Maranhão de doze anos a esta parte.” A que padecimentos se refere Padre Vieira?
15. “Agora torna a minha pergunta: E que faria neste caso, ou que devia fazer o semeador evangélico, vendo tão mal logrados seus primeiros trabalhos? Deixaria a lavoura? Desistiria da sementeira? Ficar-se-ia ocioso no campo, só porque tinha lá ido? Parece que não.” O que você faria?
16. “Oh que grandes esperanças me dá esta sementeira! Oh que grande exemplo me dá este semeador!” Fale sobre essas esperanças e esse exemplo.
17. “O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens.” Explique, detalhadamente, o trecho.
18. “Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão.”. Justifique essa dúvida .
19. “Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.” Que intenção poderia ter o Padre Vieira com relação aos pregadores presentes ao sermão?
20. “Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus.” Observe e comente o raciocínio lógico que Vieira faz para demonstrar cada uma das possibilidades.
21. “Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça neles fruto, faz efeito.” Diferencie os bons e os maus ouvintes , do ponto de vista de Vieira.
22. “Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa nossa.” Comente a conclusão a que chega o Padre Vieira.
23.Quais são as cinco circunstâncias que Vieira aponta no pregador?

24. “Será porventura o não fazer fruto hoje a palavra de Deus, pela circunstância da pessoa?” Sintetize a explanação do Padre Vieira para essa circunstância.
25. “Entre o semeador e o que semeia há muita diferença.”. Explique essa diferença.
26. “Antigamente convertia-se o Mundo, hoje porque se não converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos,antigamente pregavam-se palavras e obras”. Comente a mudança apontada pelo autor.
27. “Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos?” Comente as críticas feitas ao estilo da época.
28. “Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? -- O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o céu.” Como é descrito esse estilo?
29. “O estilo culto não é escuro, é negro, e negro boçal e muito cerrado. E possível que somos portugueses e havemos de ouvir um pregador em português e não havemos de entender o que diz?” Pesquise o Cultismo e o Conceptismo barrocos, diga a qual dessas tendências pertenceu Vieira e comente a frase destacada
30. “Será pela matéria ou matérias que tomam os pregadores?” Segundo o autor, como o pregador deve tratar a matéria da pregação?
31. “Será porventura a falta de ciência que há em muitos pregadores? Muitos pregadores há que vivem do que não colheram e semeiam o que não trabalharam”. Esclareça essa colocação
32. “Será finalmente a causa, que tanto há buscamos, a voz com que hoje falam os pregadores?” Escolha dois exemplos dados por Vieira e comente-os
33. “As palavras que tomei por tema o dizem. Semen est verbum Dei. Sabeis, Cristãos, a causa por que se faz hoje tão pouco fruto com tantas pregações? É porque as palavras dos pregadores são palavras, mas não são palavras de Deus.” Explique a frase
34.Por que Vieira diz que os pregadores: “Pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus.”
35. “Pouco disse S. Paulo em lhe chamar comédia, porque muitos sermões há que não são comédia, são farsa.” Justifique essa afirmação.
36. “A doutrina de que eles zombam, a doutrina que eles desestimam, essa é a que lhes devemos pregar, e por isso mesmo, porque é mais proveitosa e a que mais hão mister”
37.”Pois o gostarem ou não gostarem os ouvintes! Oh, que advertência tão digna! Que médico há que repare no gosto do enfermo, quando trata de lhe dar saúde? Sarem e não gostem; salvem-se e amargue-lhes, que para isso somos médicos das
almas.” Comente a frase
38. “A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atónito, sem saber parte de si, então é a preparação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in patientia.”. Explique a situação
39. Comente o conselho que Vieira dá aos pregadores: “Semeadores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os seus passatempos, as suas ambições e, enfim, todos os seus pecados.”
40. “Veja o Céu que ainda tem na terra quem se põe da sua parte. Saiba o Inferno que ainda há na terra quem lhe faça guerra com a palavra de Deus, e saiba a mesma terra que ainda está em estado de reverdecer e dar muito fruto: Et fecit fructum centuplum” . Fale sobre a situação apontada por Vieira.. .

PERGUNTAS E RESPOSTAS COMPLETAS DEVERÃO ESTAR NO CADERNO E SEREM APRESENTADAS, SE HOUVER SOLICITAÇÃO.
• QUANTO MAIS COMPLETAS AS RESPOSTAS E MELHOR APRESENTADAS, MELHOR SERÁ O CONCEITO.
AVALIAÇÕES:
1º.A 27/09
1º.B 28/09
1º.C 27/09
1º.D 28/08